Torre de Babel

Vanessa Marques
1 min readJan 9, 2024

33 anos.

Não sei se a minha esperança é viver ou morrer.

Eu não escrevi nada, mas gostaria de ser lida.

Hilda Hist era exímia escritora, de todos os gêneros, ela queria ser lida. Não foi.

Não como merecia.

Hilda Hist queria ser lida. Mesmo merecendo, ela não foi.

Eu queria ser amada. Mesmo me esforçando pra ser, não fui.

Porque eu insisto em bater sempre na mesma porta errada. Portas trancafiadas cujas chaves foram jogadas fora.

Não mudo de jogo, de tática, de estratégia, de pensamento, de vida.

Talvez eu não mude nem de ano. Estamos mesmo em 2024?

Eu continuo pulsando, procuro um fio de consciência no meu ser mas não encontro. Sou apenas um amontoado de células combinado em uma sequência predeterminada ao erro.

A repetição. A natureza é isso, repetição.

-Que se dane a sua vontade, minha filha!!!!

Ninguém vai compreender o que está escrito aqui. Se é que será lido.

Mas eu também não compreendo ninguém.

Meu sonho sempre foi uma frase do Renato Russo:

“Quero ter alguém com quem conversar, alguém que depois não use o que eu disse contra mim.”

Nunca encontrei essa pessoa.

Mas será que algum dia eu já fui essa pessoa?

Não.

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Vanessa Marques

Arquiteta e urbanista. Curiosa. Múltiplos interesses. Escrevendo pra tentar não enlouquecer.